A importância da saúde mental no trabalho
A saúde mental no ambiente corporativo ganhou destaque nos últimos anos, sendo hoje uma prioridade para empresas comprometidas com o bem-estar de seus colaboradores. Em abril de 2025, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) lançou o Guia de Informações sobre os Fatores de Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho, reforçando a necessidade de integrar esses fatores à gestão ocupacional.
Entre os principais pontos do guia está a aplicação da Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP), conforme exigido pela NR-17, como ferramenta estratégica para identificar e controlar riscos psicossociais nas organizações.
O que é a Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP)?
A AEP, prevista no item 17.3 da NR-17, é uma etapa obrigatória mesmo para microempresas e empresas de pequeno porte com grau de risco 1 e 2. Trata-se de uma análise inicial e preventiva das condições de trabalho, voltada à identificação de riscos ergonômicos – incluindo os de natureza psicossocial – e à proposição de medidas corretivas.
Com base no novo guia do MTE, a AEP se consolida como o instrumento central para a avaliação de fatores de risco psicossociais no ambiente laboral.
Fatores psicossociais e a relação com a AEP
A atualização da NR-1, pela Portaria MTE nº 1.419/2024, incluiu formalmente os fatores de risco psicossociais relacionados ao trabalho no escopo do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO). A norma determina que a identificação e avaliação desses riscos devem ocorrer por meio das ferramentas previstas na NR-17, especialmente a AEP.
Portanto, a Avaliação Ergonômica Preliminar é o método normativo mais indicado para mapear e tratar esses riscos, considerando a atividade real do trabalhador e envolvendo equipes multidisciplinares de SST (Saúde e Segurança do Trabalho), lideranças e os próprios trabalhadores.
Etapas da Avaliação Ergonômica Preliminar com foco psicossocial
- Levantamento de informações
- Mapeamento de processos de trabalho e perfis dos colaboradores
- Análise de dados históricos: adoecimentos, absenteísmo, registros do PCMSO
- Identificação de setores com indícios de risco (como alta rotatividade ou licenças psiquiátricas)
- Escolha do método de avaliação
- Observações in loco
- Oficinas participativas com trabalhadores
- Aplicação de questionários validados e anônimos
- Entrevistas individuais ou em grupo
- Caracterização da exposição aos fatores de risco
- Descrição da atividade real realizada
- Análise de frequência, duração e intensidade da exposição psicossocial
- Enquadramento dos perigos conforme critérios estabelecidos pelo PGR
- Classificação dos riscos
- Avaliação qualitativa (permitida pela NR-17)
- Classificação por severidade e probabilidade, conforme subitem 1.5.4.4.5.3 da NR-1
- Participação ativa dos trabalhadores
- Comunicação clara sobre o processo
- Escuta ativa com sigilo garantido
- Envolvimento da CIPA e das lideranças organizacionais
Por que a AEP é fundamental para o bem-estar no trabalho?
Ao contrário de avaliações clínicas individuais (como as do PCMSO da NR-7), a Avaliação Ergonômica Preliminar adota uma abordagem sistêmica, investigando aspectos organizacionais e ambientais que impactam a saúde mental dos colaboradores.
Além disso, a AEP:
- Garante conformidade com exigências do eSocial, NR-1 e NR-17
- Alinha-se às boas práticas internacionais, como a ISO 45003:2021
- Favorece ambientes mais saudáveis, seguros e produtivos
- Reduz riscos legais e melhora o clima organizacional
Conclusão: AEP como ferramenta estratégica de prevenção
A Avaliação Ergonômica Preliminar deixou de ser apenas uma obrigação legal. Ela se tornou uma ferramenta estratégica para prevenir o adoecimento mental no trabalho e promover a ergonomia psicossocial.
Empresas que aplicam a AEP de forma participativa, técnica e integrada, demonstram compromisso com a sustentabilidade humana e com uma gestão ocupacional moderna, respeitosa e eficiente.
Invista em ergonomia no trabalho. Valorize a saúde mental. Faça da AEP um diferencial na sua empresa.